O Espaço que o Trabalho Manual Ocupa no Mundo

Mulher costurando roupa em seu atelie

Maria é uma pequena comerciante local, possui poucos clientes, e sua pequena lojinha está localizada em uma rua pouco movimentada. Para passar o tempo e garantir uma renda extra, dona Maria faz peças de crochê, como biquínis e blusas, e envia, a cada 15 dias, novas peças para uma boutique no centro da cidade. Cada ponto, cada tarde e noite em claro confeccionando as peças, carrega o sonho de ter seu trabalho e talento reconhecidos. Assim como muitas mulheres que garantem seu sustento, ou parte dele, por meio do trabalho manual, Maria busca valorização no mercado e no mundo.

Ana, Elisa e Beth são costureiras em um pequeno espaço alugado pelas três em um bairro do interior. Elas começam seus dias logo pela manhã e encerram tarde, ultrapassando, muitas vezes, a jornada de trabalho estabelecida por lei, na tentativa de entregar, dentro do prazo e na quantidade exigida, os uniformes para uma escola particular.

Mas o que queremos dizer com todas essas histórias?

Qual a importância do trabalho manual de dona Maria, que diariamente confecciona peças de crochê? Qual o espaço que as costureiras Ana, Elisa e Beth têm no mundo e, sobretudo, na economia? No artigo de hoje, veremos a importância dessas personagens, que são peças fundamentais na base da produção brasileira, mas que, muitas vezes, são invisibilizadas e desvalorizadas.

Pesquisando por dados e estatísticas…

Segundo o portal do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, neste ano, as mulheres correspondem a 70% da população que compõe o trabalho popular. É notório, portanto, que essas mulheres, que muitas vezes se submetem a jornadas exaustivas e condições de trabalho precárias ou subdesenvolvidas, estão inseridas em um sistema de “muito trabalho e pouco retorno”. Seus esforços e talentos, frequentemente, são abafados pelas grandes marcas, que lucram acima do esperado às custas da desvalorização dessas profissionais.

Essas pequenas histórias, mesmo fictícias, representam, em sua conjuntura, a realidade de muitas mulheres que fizeram e ainda fazem parte da nossa história. Nossas mães, avós, tias e primas representam essa parcela da sociedade desvalorizada, mesmo tendo seus feitos espalhados por todos os espaços do mercado.

Sendo assim…

O artigo desta semana serve não apenas para reconhecer os feitos diários dessas mulheres empreendedoras e profissionais, que muitas vezes estão cercadas pelas obrigações subjetivas impostas por seus pares, família e sociedade, mas também como um grito de “eu estou aqui!”. Este é um chamado para que suas vozes e necessidades sejam atendidas, a fim de garantir a dignidade e o bem-estar dessas cidadãs que, há décadas, ainda não são devidamente assistidas, como é o caso de muitas mulheres nordestinas e nortistas, localizadas no interior ou em cidades afastadas da capital.

Cabe ao governo e, principalmente, ao Ministério do Trabalho e Renda abraçar essa causa, promovendo políticas públicas que melhorem as condições de trabalho, fiscalizem as jornadas e aumentem a renda dessas trabalhadoras, garantindo dignidade e retornos justos pelos seus feitos. O trabalho exploratório e muitas outras problemáticas que cercam as mulheres brasileiras ainda persistem, mas cabe à sociedade enxergá-las em meio a tantos “panos e linhas” que tentam encobrir as vítimas dessa negligência.

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