Dia do Empreendedorismo Feminino: por que 19 de novembro é uma data de luta, conquista e inspiração

Você já imaginou que, ao abrir seu próprio negócio, você também faz parte de um movimento mundial?

O Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino nasceu em 2014 e foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em mais de 150 países — incluindo o Brasil. Desde então, a data tornou-se um marco global de reconhecimento, conscientização e mobilização.

Somente no Brasil, segundo dados do Sebrae, são mais de 10 milhões de mulheres empreendedoras. Um número gigantesco, mas que não revela, sozinho, todos os desafios, barreiras e desigualdades que essas mulheres enfrentam para manter seus negócios ativos. Por isso, comemorar o dia 19 de novembro é também lembrar que essa caminhada ainda é desigual — mas cheia de potência.

Neste artigo, você vai conhecer a origem da data, entender por que ela é tão importante, quais obstáculos ainda precisam ser superados, histórias que inspiram e como cada pessoa pode apoiar o empreendedorismo feminino no dia a dia.

A origem do Dia do Empreendedorismo Feminino

Criado pela ONU em 2014, o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino foi idealizado por Wendy Diamond, empreendedora e ativista norte-americana, que buscava dar visibilidade às desigualdades enfrentadas por mulheres no mercado de trabalho.

O objetivo da data é incentivar a participação das mulheres na economia, promover políticas públicas de apoio, mobilizar governos, empresas e sociedade e destacar iniciativas de impacto ao redor do mundo. Por isso, é criado um evento para parabenizá-las em seu dia.

Todos os anos, a cerimônia oficial é realizada na sede da ONU, em Nova Iorque, durante o Women’s Entrepreneurship Day Pioneer Awards. Lá, mulheres de diversas áreas recebem reconhecimento por seus trabalhos nas áreas de Educação, Tecnologia, Economia, Inovação, Liderança Social e Filantropia. Além das premiações, acontecem palestras, conferências e eventos simultâneos em vários países, criando uma grande rede global de fortalecimento feminino.

Por que o empreendedorismo feminino é tão importante?

Diferente de muitos homens, que empreendem principalmente por oportunidade, grande parte das mulheres empreende por necessidade. E isso tem motivos concretos como desemprego, falta de renda estável, dificuldade de entrar ou permanecer no mercado formal, responsabilidades familiares que tornam horários rígidos inviáveis ou simplesmente a necessidade de gerar renda imediata.

Muitas empreendedoras são mães solo, chefes de família ou cuidadoras de pessoas idosas — um papel social que recai mais sobre as mulheres do que sobre os homens. Mas o impacto do empreendedorismo feminino vai muito além da renda. Ele promove:

  • Autonomia financeira: uma mulher que tem seu próprio dinheiro toma decisões com mais liberdade e segurança;
  • Transformação familiar: negócios femininos melhoram a qualidade de vida dentro de casa, geram estabilidade e abrem portas para que os filhos tenham mais oportunidades;
  • Crescimento econômico: mulheres empreendedoras movimentam a economia local e reforçam a inovação nos bairros, periferias e pequenas cidades;
  • Impacto social: negócios liderados por mulheres têm maior tendência a reinvestir em suas comunidades e promover outras mulheres.

Quando uma mulher empreende, ela muda sua vida. Quando milhões empreendem, mudam o país.

Os desafios que as mulheres enfrentam para empreender

Mesmo com tantas conquistas, a realidade ainda é desigual para quem decide abrir o próprio negócio sendo mulher. Aqui estão alguns dos obstáculos mais comuns — e mais urgentes:

1. Sobrecarga e falta de tempo

A maioria das mulheres vive jornadas duplas ou triplas: trabalho, casa, filhos, idosos, estudo… tudo ao mesmo tempo. Isso reduz o tempo disponível para planejar, estudar, inovar ou descansar — elementos essenciais para um negócio crescer.

2. Falta de apoio familiar

Muitas mulheres não recebem incentivo, enfrentam desconfiança ou são desencorajadas a ter independência financeira. Isso desmotiva bastante e muitas mulheres desistem antes mesmo de tentar.

3. Acesso limitado a crédito

Instituições financeiras ainda exigem comprovação de renda, bens ou histórico de crédito — itens que grande parte das mulheres donas de casa não possui, pois a renda fica por conta do marido. E se estiverem endividadas, o acesso fica ainda mais difícil.

4. Desigualdade de oportunidades e preconceito

Muitos clientes desvalorizam preços, questionam a qualidade ou tratam com menos seriedade negócios liderados por mulheres. Desta forma, elas desistem dos negócios ainda no começo, principalmente quando as clientes também são mulheres.

5. Falta de capacitação acessível

Cursos, mentorias e treinamentos gratuitos ainda são raros para quem tem baixa renda ou pouco acesso à tecnologia. Mesmo vídeos no YouTube e em outras plataformas gratuitas podem pedir um pagamento a mais para acessarem o vídeo completo. 

O problema não é falta de capacidade — é falta de oportunidade. E esse cenário precisa mudar urgentemente.

Histórias de mulheres que venceram — e inspiram outras todos os dias

Apesar das barreiras, milhares de mulheres brasileiras têm construído suas próprias histórias de sucesso — e inspiram outras a seguir o mesmo caminho.

  • Ana Fontes – Rede Mulher Empreendedora

Após 17 anos como executiva, percebeu que a carreira corporativa não a representava mais. Decidiu empreender, enfrentou dificuldades e preconceitos, mas persistiu. Fundou a Rede Mulher Empreendedora (RME), hoje a maior rede de apoio a empreendedoras do país. A rede oferece informação, cursos, programas de aceleração e visibilidade a negócios femininos.

  • Nina Silva – Movimento Black Money

CEO do Movimento Black Money, Nina se tornou uma das principais vozes em inovação, inclusão e empreendedorismo negro. O MBM fortalece a autonomia financeira da população negra por meio de educação, tecnologia, comunicação e geração de negócios.

Mulheres como Ana e Nina mostram que o caminho é difícil — mas possível. E que quando uma mulher abre um negócio, ela não abre só uma empresa: abre também uma porta para outras.

Como apoiar o empreendedorismo feminino no seu dia a dia

Você não precisa ser empreendedora para fortalecer essa causa. Pequenas ações fazem uma grande diferença como comprar de mulheres, da vizinha que faz bolo, à artesã da feira, à profissional autônoma do seu bairro. Desta mesma forma, divulgue negócios femininos, compartilhe postagens, faça stories, indique para amigas e familiares, deixe avaliações positivas.

Você também pode recomendar o trabalho de uma mulher empreendedora, pois seu apoio pode gerar novos clientes e oportunidades. E, se você já empreende, contrate mulheres, mesmo se sentir que falta qualificação, ensine. Muitas só precisam de uma chance. Fortalecer mulheres é fortalecer comunidades inteiras.

19 de novembro é mais que uma data — é um movimento

Se você deseja empreender, lembre-se: nenhum negócio nasce pronto.

O importante é dar o primeiro passo. Mesmo que você não tenha verba para cursos ou mentorias, existem opções gratuitas nas redes sociais, canais de capacitação, plataformas de ensino, bibliotecas públicas e feiras de artesanato.

Comece reconhecendo o que você já sabe fazer, seja uma maquiagem perfeita nas amigas, cozinhar um empadão que todos elogiam, ter paciência e habilidade para cuidar de idosos. Você também pode fazer artesanato, costura, bricolagem, escrever bem, organizar ambientes ou saber vender. Tudo isso pode virar renda.

Empreender não é só vender. É decidir sobre o próprio futuro. E no Dia do Empreendedorismo Feminino, celebramos não apenas as conquistas, mas a coragem de cada mulher que, apesar das dificuldades, segue criando, aprendendo, sustentando suas casas e transformando o mundo a partir do seu trabalho.

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