Setembro Amarelo: valorização da vida e saúde emocional

Duas mulheres sorrindo entre flores amarelas, simbolizando acolhimento, conexão e a campanha Setembro Amarelo pela valorização da vida e saúde emocional.

O setembro amarelo não representa somente o fim do inverno e a chegada da primavera, com os belos Ipês amarelos espalhados pelas cidades brasileiras. Representa também um importante movimento de valorização da vida e o cuidado com a saúde emocional das pessoas. A campanha teve origem no final do ano de 2014 e desde então, a conscientização sobre o tema vem evoluindo e ganhando espaço para programas de apoio, discussões e ampla divulgação pela mídia.

Contudo, falar abertamente sobre o assunto tanto na vida pessoal quanto profissional, ainda pode ser um tabu ou motivo de insegurança para alguns. Muitas vezes, porque reconhecer o sinal de sofrimento pessoal pode demorar ou estar ligado  por crenças limitantes, acreditando se tratar de um momento passageiro de fraqueza. 

Mas como ter um equilíbrio da vida pessoal e profissional de maneira a não comprometer a saúde emocional?

Algumas iniciativas podem ser tomadas como forma de prevenção:

Cuidado pessoal

O primeiro passo é reconhecer sinais de sofrimento emocional em si mesmo.Desde o cansaço físico ou emocional, até sentimentos de tristeza e angústia, bem como assuntos ou situações que causem mal estar e emoções negativas.  Em seguida, refletir sobre a Importância de quebrar o tabu sobre pedir ajuda. E desta maneira, compreender os espaços de acolhimento fora do trabalho, como: amigos, família, terapia, grupos de apoio. Escolhendo o que mais se sentir bem, porém, sempre com um acompanhamento de um profissional especialista. Exemplo: Você pode ter uma pessoa de confiança para conversar, mas nunca deixar de contar com um apoio de psicólogo ou terapeuta. 

Saúde Emocional do ambiente de trabalho

Sabemos que as pressões de metas, sobrecarga e competitividade afetam o bem-estar de qualquer pessoa. Nesse sentido, vale destacar que como empresa, o papel da liderança e Recursos Humanos em criar um ambiente seguro e aberto para diálogos precisa existir. Portanto, as empresas precisam dispor de canais e ferramentas que recebam tais demandas e ao mesmo tempo possam contribuir para o acolhimento e cuidado dos seus  profissionais. Sem dúvidas, o incentivo à cultura do cuidado não pode faltar. E não estamos falando apenas da oferta de um plano de saúde e consultas para terapia.  É necessário compreender que ações complementares podem fazer toda a diferença. A exemplo de pausas, equilíbrio vida-trabalho, apoio psicológico corporativo, palestras de sensibilidade e discussões sobre o tema saúde mental não somente no setembro amarelo, mas de maneira contínua.

Ferramentas e estratégias práticas

Cada pessoa pode introduzir hábitos que contribuam para o próprio bem-estar emocional. Ninguém é obrigado a fazer o que não gosta, todavia vale a pena ao menos conhecer algo que nunca praticou.

Sugestões de práticas de autocuidado: 

  • Estabelecer horários de sono regulares, respeitando o descanso.
  • Planejar pausas durante o expediente (micro descansos de 5 minutos já ajudam).
  • Aprender a dizer “não” para evitar sobrecarga de compromissos.
  • Praticar atividade física regular (caminhada, yoga, dança, esportes coletivos).
  • Alimentação equilibrada, reduzindo excesso de cafeína e ultraprocessados.
  • Manter hidratação adequada ao longo do dia.

Práticas de relaxamento:

  • Exercícios de respiração profunda ou meditação guiada.
  • Prática de mindfulness (atenção plena no presente, inclusive no trabalho).
  • Técnicas simples de alongamento, úteis especialmente para quem fica muito tempo sentado.

Hobbies e lazer:

  • Dedicar tempo semanal a atividades que tragam prazer (música, leitura, jardinagem, artesanato).
  • Resgatar interesses antigos ou explorar novos aprendizados.
  • Momentos de lazer em grupo, que reforçam vínculos e rede de apoio.

Conexões Sociais:

  • Manter contato com familiares e amigos, mesmo que por mensagens rápidas.
  • Procurar grupos de apoio presenciais ou online.
  • No ambiente profissional: cultivar relações saudáveis, trocar experiências e evitar o isolamento.

A verdade é que ninguém precisa enfrentar as suas dores sozinho. Reconhecer que está passando por algo difícil e pedir ajuda é um ato de coragem e auto cuidado. A disseminação da informação sobre como buscar atendimento e quais são os canais de acolhimento, é um fator importante tanto para quem precisa ser ajudado, quanto para quem deseja ajudar o outro.

Principais canais de ajuda

CVV – Centro de Valorização da Vida: Acolhimento emocional gratuito, prevenção do suicídio, atendimentos 24h. 

Como acessar: Telefone 188 (gratuito), chat, e-mail e atendimentos presenciais em postos do Brasil. 

Rede Pode Falar: Atendimento voltado para jovens de 13 a 24 anos; chatbot e possibilidade de humanizar o atendimento; recursos sobre saúde mental.

Como acessar: Atendimento voltado para jovens de 13 a 24 anos; chatbot e possibilidade de humanizar o atendimento; recursos sobre saúde mental.

Mapa da Saúde Mental: Plataforma para localizar serviços públicos de saúde mental próximos (CAPS, UBS, etc.), projetos voluntários ou gratuitos.

Como acessar: Acesso pela web, inserindo município/região. 

ABRATA (Associação Brasileira de Transtornos Afetivos): Grupos de apoio online para pessoas com depressão, transtorno bipolar, familiares, trocas de experiência; psicoeducação; palestras.

Como acessar: Pelo site da ABRATA; participação em grupos e eventos.

Serviços públicos e governamentais

Rede de Atenção Psicossocial (RAPS): É a estrutura do SUS para atender saúde mental, uso de álcool e outras drogas. Inclui CAPS, UBS, hospitais gerais, unidades de acolhimento.

CAPS – Centros de Atenção Psicossocial: Atendimento especializado, interdisciplinar, para pessoas com sofrimento mental grave ou persistente; também para quem está em crise. 

Unidades Básicas de Saúde (UBS): Porta de entrada para pessoas com sofrimento psíquico; acolhimento inicial; encaminhamentos. 

Unidades de Pronto Atendimento / Hospitais / SAMU: Em casos de crise ou emergência psiquiátrica.

Faculdades com Atendimento Psicológico no Rio de Janeiro e São Paulo

São Paulo

USP (Instituto de Psicologia da USP)
– Centro-Escola do IP: atendimento psicológico gratuito à comunidade, USP e entorno.
– Serviços: psicoterapia, atendimento familiar, orientação profissional.

PUC-SP
– Clínica Psicológica “Ana Maria Poppovic” — atendimento individual, em grupo, casal/família, psicodiagnóstico, orientações.

Centro Universitário São Camilo
– Clínica de Psicologia Serviço-Escola (adulto e infantil) gratuita à comunidade, com supervisão docente.

UNIP (Universidade Paulista)
– Centros de Psicologia Aplicada (CPA) oferecem atendimento gratuito para crianças, adultos, famílias e casais.

Universidade Ibirapuera (UNIB)
– Clínica de Psicologia com atendimentos gratuitos ou a valores acessíveis.

Rio de Janeiro

UFRJ (Divisão de Psicologia Aplicada “Prof.ª Isabel Adrados”)
– Atendimento psicoterápico (individual e em grupo) e avaliação neuropsicológica.

UNINASSAU Rio de Janeiro
– Clínica-Escola de Psicologia com atendimentos acessíveis para crianças e adultos.

Faculdades Integradas Maria Thereza (FAMATH), Niterói
– Sistema de Psicologia Aplicada (SPA) oferece atendimento à comunidade.

Universidade Estácio de Sá
– Serviço de Psicologia Aplicada com atendimento gratuito ou de baixo custo em diversos polos.

UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
– Serviço de Psicologia Aplicada com atendimentos à comunidade.

PUC-Rio
– Clínica de Psicologia com atendimentos a valor social, em diferentes abordagens terapêuticas.

Considerações finais

Ninguém precisa carregar tudo sozinho. Precisamos cada vez mais incentivar o diálogo e a solidariedade tanto nas relações pessoais, quanto profissionais. Falar, ouvir e apoiar pode parecer simples, mas faz total diferença. Toda vida importa, e o mínimo sinal de não sentir-se bem, nunca deve ser tratado como “não urgente”, “bobagem” ou “coisa passageira”. Mesmo que não venhamos a passar por um momento delicado, confuso ou triste,  precisamos sempre estender a mão a quem precisar. 

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